Manuel Augusto Fontes
Um mestre na arte de trabalhar a cortiça
O Museu, de há largas décadas para cá, é popularmente apelidado de “Museu da Cortiça”. Curiosamente uma designação adotada por parte do seu próprio público, sobretudo a partir dos anos (19)60 ou (19)70. Na verdade, o Museu é indissociável da cortiça, quer pela ligação do seu Fundador e respetivo seio familiar à Indústria transformadora de cortiça, quer pela implantação do Museu em território corticeiro. Todavia, a principal diretiva que orientou o Museu neste propósito, assenta no desejo que levou o próprio Henrique Amorim a homenagear esta matéria-prima ao longo do percurso expositivo ou numa área significativa deste edificado museológico. Seja pela integração da cortiça como maquineta/base de representação de cenas como a “Natividade” ou a “Crucifixão”. Mas, sobretudo, pela presença da emblemática “Sala da Cortiça” (espaço que, após longos anos de encerramento ao público e sem o recheio que o celebrizou, em parte recuperado e recolocado noutras áreas expositivas do Museu, em junho de 2019, graças ao Basqueirart, ramificação artística do “Basqueiral - Festival de Música Urbana”, reabriu ao público, reinventando o seu propósito e inaugurando-se assim novas possibilidades para a sua utilização, respetivas memórias e futuro, inerentes ao debate em torno da urgência de devolver este “recinto” à comunidade).
Esta presença, além de evidenciar as potencialidades da matéria-prima corticeira, reflete a identidade da comunidade local e constitui uma verdadeira herança cultural que o Museu de Lamas visa conservar, estudar, difundir e valorizar de forma integral. Aliás, desde 2011 e com intuito de expandir o alcance do “espólio corticeiro” do Museu, réplicas, em Cortiça e derivados, das obras mais emblemáticas do acervo têm sido integradas na sua exposição permanente. Valorizando alguns dos núcleos temáticos patentes. Como é o caso do “Núcleo de Escultura Medieval” ou do conjunto histórico, iconográfico e identitário “São Sebastião: O Voto | A Identidade | A Arte”, por exemplo.
Entre agosto e setembro, de segunda a sexta-feira, visite o Museu e assista à realização destas obras executadas pelas mãos de um mestre na arte de trabalhar a cortiça, Manuel Augusto Fontes. Cuja paixão declarada por este trabalho e pela sua matéria-prima de excelência é notória e digna de realce.
Marcação prévia obrigatória para visitas orientadas (22 744 74 68 ou Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.).
Limite máximo de 12 participantes.
Ingressos - adulto: 3 €; Seniores, estudantes, crianças e portadores de cartão-jovem: 2 €.