Projeto “Restauro ao vivo”
Apoiado no âmbito do Programa de Apoio à Cultura promovido pelo Município de Santa Maria da Feira.
“O restauro constitui o momento metodológico do reconhecimento da obra de arte, na sua consistência física e na sua dupla polaridade estética e histórica, com vista à sua transmissão para o futuro”.
O projeto “Restauro ao vivo”, submetido pelo Museu de Lamas ao Programa de Apoio à Cultura promovido pelo Município de Santa Maria da Feira, foi a candidatura selecionada no âmbito da “Medida 2, Categoria I, Parcerias de Programação”, com um apoio de 15.000,00€.
Nesse âmbito, esta iniciativa assume-se como um segmento diferenciador na programação do Museu para 2021. Pioneiro na envolvência museológica concelhia e regional, neste quadrante programático o público pode contemplar, ao vivo e no interior de uma das salas do percurso expositivo, a globalidade dos procedimentos que visam a recuperação e a preservação de objetos artísticos. Usufruindo inclusive da própria e inusitada hipótese de clarificar dúvidas perante a Técnica de Conservação e Restauro responsável por cada uma das intervenções.
De modo a enriquecer as suas visitas, o Museu procura diversificar a programação que disponibiliza, difundindo e proporcionando experiências ou conteúdos apelativos e, sempre que possível, distintos. Com a dinâmica devidamente adaptada à "nova realidade", as propostas lúdicas e culturais do Museu almejam propiciar oportunidades de renovada aprendizagem. A ideia do “Restauro ao vivo” advém da vontade latente de criar uma maior interação entre o público e a realidade museológica. Permitindo ao primeiro, no contexto apropriado da sua visita - hoje com a distância regulada pela contingência que vivemos - a observância de diferentes procedimentos pouco visíveis.
Dadas as características desta iniciativa, preconiza-se o apelo à sensibilidade do visitante para a necessidade de preservação e manutenção técnica específica, mostrando a realidade e a complexidade por detrás da obra do artista. A realização pública de ações de Conservação e Restauro dentro do espaço museológico constitui, desta forma, uma importante vertente pedagógica, passível de elucidar e consciencializar o público através do confronto direto com os problemas do espólio em intervenção.
Deste modo, a alocação desta tipologia de atividades, com visitas e oficinas particularmente dedicadas à Conservação e Restauro, será também uma das apostas renovadas para o programa de Serviço Educativo de 2021/22. Do plano educativo constituído, acerca desta ambiência, destacamos as seguintes visitas temáticas:
"Como preservamos o Museu? O que é a Conservação e Restauro? Qual a sua importância e finalidade?", "O papel de Henrique Amorim (1902-1977) na preservação da Arte e do Património. Um olhar sobre o colecionismo" e "Talha Dourada e escultura religiosa: Materiais, teoria e demonstração de produção e recuperação". Relevamos também as Oficinas complementares cuja planificação pretende propiciar a cada participante a adrenalina de descobrir algo escondido, levando-o numa viagem pela busca de um objeto ou material original. Mas que, à partida, estaria oculto: "Pequenos doutores, à descoberta da obra escondida” e “Médica / Médico das Obras de Arte” são algumas das sugestões.
O projeto "Restauro ao vivo" foi delineado mediante premissas capazes de abarcar os mais diversos segmentos de público: desde o ensino pré-escolar ao universitário, adultos, seniores e público com necessidades educativas especiais. Para além das intervenções de conservação propriamente ditas, o Museu aposta na investigação em torno das mesmas. Potenciando a realização de estudos apropriados para consolidar a presença deste equipamento e espólio junto da comunidade científica, originários de assiduidade na frequência e apresentação de comunicações em congressos especializados. Às quais acresce a aposta na difusão de artigos em revistas temáticas de tiragem local, regional e nacional. Este é, aliás, um dos eixos integrados na estratégia de comunicação do projeto, capaz de contemplar a sua difusão nas redes sociais e imprensa local e regional. Assim como, da produção de um documentário multiplataforma focado no projeto e respetiva disponibilização online de conteúdos diferenciados que permitam o acompanhamento regular das intervenções.
Campanha de apadrinhamento
Projeto de Restauro ao Vivo