Em torno da Conservação e Restauro
“O universo interior da obra de arte”
A Radiografia
O que é?
A radiografia é um exame de superfície que consiste em fazer passar um feixe de raios X através de um objecto, registando a imagem numa placa radiográfica que se encontra por trás deste.
A opacidade do material aos raios X vai depender da sua composição química, surgindo tão mais escuro quanto mais os raios X conseguirem atravessá-lo.
Para que serve?
Este exame dá-nos informações sobre a técnica e as alterações das esculturas. Permite estudar a estrutura interna das obras desde o suporte até à camada pictórica.
Pormenores técnicos:
- características da policromia original;
- características da preparação;
- a técnica de execução da camada pictórica;
- arrependimentos, modificações, pinturas subjacentes;
- sistemas de união da madeira;
- peças constituintes da escultura.
- características da preparação;
- a técnica de execução da camada pictórica;
- arrependimentos, modificações, pinturas subjacentes;
- sistemas de união da madeira;
- peças constituintes da escultura.
Estado de conservação do suporte:
- fissuras e fendas da madeira;
- galerias escavadas por insetos;
- situação do núcleo metálico de um
- objecto e produtos de corrosão;
- intervenções posteriores à feitura da obra.
Como se lê?
A imagem obtida é definida por tons claros e escuros conforme a densidade do material. Os tons claros atestam a presença de materiais de maior densidade, e que por isso não deixam passar as radiações.
Os elementos metálicos no interior das obras surgem geralmente claros, enquanto os espaços ocos surgem escuros.
As camadas são atravessadas na sua totalidade, resultando numa imagem complexa, pelo que é necessária cautela na interpretação: são frequentemente visualizadas em simultâneo as duas faces da imagem.
Nossa Senhora do Ó
Neste caso, o conhecimento da degradação das camadas inferiores determinou o processo de limpeza química da superfície.
“O universo interior da obra de arte”
S. Paulo
Comprovou-se a presença de repintes na face.
“O universo interior da obra de arte”
Santo André
Detectou-se a presença de olhos de vidro subjacentes à camada policroma posterior.
“O universo interior da obra de arte”
Santo Estêvão
A ausência de elementos metálicos e assemblagens revelou que a imagem foi esculpida num só bloco de madeira.
“O universo interior da obra de arte”
S. Domingos de Gusmão
Determinou-se a localização das assemblagens de forma a garantir a estabilidade física da obra.
“O universo interior da obra de arte”
S. Francisco Xavier
A compreensão da estrutura interna permitiu garantir a estabilidade física da obra.